Nesta oportunidade vamos conhecer um pássaro de bela plumagem e voo elegante: o galo-da-serra-andino. É uma ave considerada de médio porte que vive nas florestas úmidas das encostas orientais da Cordilheira dos Andes, principalmente na Venezuela, Colômbia, Peru e Equador. Na verdade, é considerado o ave nacional do Peru. O galo-da-serra-andino pertence à família Cotingidae e seu nome científico é Rupicola peruana. Também é conhecido pelo nome com que os antigos colonos o chamavam na língua quíchua: tunqui.
Como reconhecer o galo-da-serra-andino? Suas características
A beleza que esta pequena ave exibe remete à bela plumagem que é uma combinação de cores, laranja e preto. Esta espécie apresenta um acentuado dimorfismo sexual uma vez que a cor de suas penas é de propriedade exclusiva do macho, a fêmea, por outro lado, apresenta um tom de marrom mais opaco, sua plumagem não se destaca ao contrário do macho.
O galo-da-rocha tem o bico curto e na cabeça, tanto do macho como da fêmea, distingue-se uma crista que fica permanentemente exposta. Esta crista no macho é mais proeminente.
Estes animais optam por viver em zonas de montanha muito íngremes e costumam esconder-se entre as rochas, daí o seu nome. Devido a isso, seu avistamento é difícil. Somente quando estão em voo, trabalho que realizam com grande velocidade e destreza, é possível observá-los.
Alimentação do galo-da-serra-andino
Os galos-da-rocha habitam florestas tropicais em áreas próximas à região amazônica, razão pela qual sua dieta consiste essencialmente em frutas silvestres. Isso se deve ao fato de que quase 50% da vegetação amazônica produz frutos em abundância, como método de propagação. Isso permite que tanto o galo-da-rocha quanto a maioria das espécies que compartilham esse habitat tenham uma dieta baseada nos frutos oferecidos pela floresta. A vegetação da Amazônia permite que os frutos estejam disponíveis durante todo o ano.
Acasalamento e reprodução do galo-da-serra-andino
A pesquisa sobre o comportamento e a forma de reprodução dessas aves sempre foi difícil, pois, devido ao seu habitat, seu monitoramento é complicado. No entanto, algumas conclusões bastante interessantes foram tiradas a esse respeito. A primeira tem a ver com a abundância de alimentos disponíveis para esses animais. Essa abundância permite que o macho fique rapidamente satisfeito e passe mais tempo estabelecendo seu território e cortejando a fêmea.
Outra conclusão que marca a distinção entre o galo-da-rocha e a maioria das aves é que o macho não participa em momento algum da incubação dos ovos ou do cuidado e alimentação dos filhotes. Estas tarefas correspondem exclusivamente ao feminino. Disto segue outro fato importante que tem a ver com o dimorfismo sexual de que falamos. A plumagem opaca e as cores vulgares da fêmea respondem a uma necessidade de evitar ser vítima de predadores.
Durante o mês de outubro – em meados da primavera – começa a época de acasalamento, a partir da formação do leks. Trata-se de uma formação social hierárquica, onde um macho dominante estabelece uma espécie de território circular no qual, ocupando o centro, os demais machos se localizam ao seu redor. Dentro desses leks os machos começam seu canto e vôo de corte para atrair as fêmeas, que chegam ao lek e tentam procurar o macho dominante no centro. Lá ocorre o acasalamento. Uma vez que o dominante tenha encontrado um companheiro, o resto dos machos irá acasalar de acordo com a ordem hierárquica existente.
A incubação dos ovos pela fêmea dura cerca de 40 dias, após os quais eclodem. Os filhotes serão alimentados e ficarão sob os cuidados exclusivos da mãe por 3 meses.
Como a fêmea escolhe o macho?
Queríamos destacar esse fato sobre o comportamento do galo-da-rocha porque achamos muito marcante.
Uma vez que os leks tenham sido formados, cada macho tomará seu lugar e começará uma dança de namoro que durará vários dias. O voo, exibindo sua notável plumagem, é acompanhado por um canto muito especial. Fora da época de acasalamento, o galo-da-rocha praticamente não emite sons.
Ao realizar seus voos de corte, os machos se expõem ao ataque de seus predadores e as fêmeas valorizam, além da exibição exibida, que o macho chegue diariamente, pontualmente, para realizar seu ritual. Todos esses elementos são o que, finalmente, fará uma fêmea decidir sobre um determinado macho.
O galo-da-rocha faz parte do seleto grupo de aves de bela plumagem que abundam nas florestas tropicais da Amazônia. Conhecê-lo está contribuindo para a defesa de espécies que correm risco de extinção pela ação predatória de homem.