Mesmo as menores estruturas do corpo desempenham funções de vital importância para garantir seu equilíbrio. Tal é o caso de Núcleo celularuma organela ligada à membrana encontrada em células eucarióticas.
Seu nome deriva do latim “núcleo”, que se traduz como “coração de uma fruta”. O termo é útil, pois o núcleo da célula se torna o local que controla as células eucarióticas, que contêm o produto hereditário de um indivíduo, incluindo o DNA.
No núcleo da célula, as moléculas de DNA são agrupadas linearmente para formar longas cadeias de complexos, que contêm uma grande variedade de proteínas, dentre as quais se destacam as histonas, responsáveis pela formação dos cromossomos. Os genes contidos nesses cromossomos são chamados de genoma celular.
Função do núcleo celular
O núcleo da célula tem uma função fundamental no organismo: garantir a integridade dos genes e regular a atividade celular, controlando a expressão gênica. Da mesma forma, deve atuar como mediador na replicação do DNA, que ocorre logo no ciclo celular.
O núcleo da célula concentra a transcrição no citoplasma, permitindo nivelar certas atividades que os procariontes não podem realizar. Suas principais funções são três e todas estão relacionadas à conformação do DNA que contém: Salvaguardar os dados genéticos no DNA, restaurar as informações armazenadas no DNA, agora como RNA, e realizar, conduzir e controlar tarefas citoplasmáticas, por meio de de proteínas nos genes.
Da mesma forma, processos vitais são realizados no núcleo da célula que dão origem a esses outros processos:
- A duplicação do DNA e sua posterior união com proteínas, especificamente histonas, para gerar cromatina.
- A chamada “transcrição de genes” para RNA e a transformação deles para seus estados maduros, alguns dos quais são transferidos para o citoplasma para o processo de tradução.
- A regulação da expressão gênica.
História e origem do NÚCLEO CELULAR
A primeira organela descoberta foi precisamente o núcleo da célula, embora não em humanos. A imagem mais antiga conhecida do núcleo da célula pode ser de um desenho do microscopista Anton Van Leeuwenhoek, que morreu em 1723.
O especialista elucidou uma ponto oco ou “lúmen”, isto é, o núcleo da célula, em eritrócitos de salmão. Ao contrário dos mamíferos, os eritrócitos de outras espécies de vertebrados possuem núcleos.
Mais tarde, o núcleo da célula também ganhou notoriedade a partir dos estudos de Franz Bauer em 1804 e foi descrito com mais detalhes pelo botânico escocês Robert Brown, que falou sobre isso em uma palestra perante a Linnaean Society de Londres em 1831.
Brown conseguiu obter a informação após avaliação microscópica das orquídeas, quando conseguiu ver um ponto opaco, que chamou de aréola ou núcleo, localizado nas células da camada externa da flor.
No entanto, por enquanto, ele não estabeleceu uma função específica para esse curioso local.
Só em 1838 Matthias Schleiden ousou especificar o funcionamento do núcleo, como estrutura que fazia parte da geração de células, razão pela qual ele o chamou de “stoblast”, que significa “construtor de células”. Durante sua observação, ele pensou ter visto novas células ao redor do núcleo.
Ele logo enfrentou a oposição de outros estudiosos, especialmente Franz Bauer, que argumentou que as células se multiplicavam por divisão, afirmando que elas não continham um núcleo. A verdade é que ambas as teorias, tanto a geração de células por citoblasto quanto a separação, iam contra o trabalho de Robert Remak e Rudolf Virchow.
Tanto Remak quanto Virchow (1855) sustentavam que as células só eram produzidas por outras células, conclusão que eles tornaram amplamente conhecida no mundo científico. A verdade é que até então a função do núcleo da célula permanecia obscura.
Estrutura central
O núcleo é composto por várias partes, que desempenham um papel fundamental no seu trabalho. Estes são:
- envelope nuclear: refere-se a uma membrana dupla, que envolve completamente o núcleo da célula e divide seu conteúdo citoplasmático. Além disso, possui certos poros nucleares que facilitam a passagem pela membrana para expressão gênica e função cromossômica. Eles funcionam como seletores das proteínas que devem entrar no citoplasma. Da mesma forma, possibilitam a saída dos diversos RNAs e suas proteínas relacionadas.
- Nucleoplasma: neste são dissolvidos os solutos, além do esqueleto formado por filamentos, que é a base nuclear que fornece suporte cromossômico às proteínas que participam da replicação do DNA.
No núcleo da célula, os genes ativos resultantes do processo de transcrição geralmente são separados daqueles que permanecem inativos. Os ativos estão localizados no centro do núcleo, enquanto os silenciosos estão confinados, próximos ao envelope nuclear.