Entre as várias formações geológicas que podemos descobrir, graças ao estudo do nosso planeta, estão as rochas sedimentares. Esses tipos de rochas compõem 75% da superfície da Terra. Embora pareça ser uma porcentagem bastante alta, as rochas sedimentares são uma proporção muito pequena quando comparadas às rochas ígneas que compõem a maior parte da crosta e, além disso, todo o manto terrestre. Vamos ver o seu principais características e suas classificações mais importantes.
O que são rochas sedimentares?
As chamadas rochas são aquelas que se formam como resultado do acúmulo de partículas de vários tamanhos provenientes de outras formações rochosas. Essas partículas, chamadas de sedimentos e daí seu nome, são transportadas por diversos agentes como água, gelo, vento.
Os sedimentos que darão origem às rochas sedimentares são transportados por diversos agentes, sendo então depositados nas chamadas bacias sedimentares. Durante seu transporte, as partículas são submetidas a vários processos físicos e químicos conhecidos como diagênese.
As rochas sedimentares geralmente se formam nas margens dos rios, no fundo dos mares, lagos, na foz dos rios e córregos e nas ravinas.
Formação de rochas sedimentares
Para a formação das rochas sedimentares, é preciso considerar que existem certos processos geológicos externos – a erosão causada pelos ventos é um deles – que afetam as rochas pré-existentes.
Estes processos geológicos, numa primeira fase, intemperizam ou erodem essas rochas pré-existentes, devido a agentes externos. O intemperismo consiste na quebra das rochas originais e pequenos pedaços. Em vez disso, a erosão causada pelo vento e pela precipitação desgasta a rocha, resultando em pequenas partículas. Essas partículas são conhecidas como clastos ou detritos.
Todos os fragmentos produzidos pelo intemperismo ou erosão são então transportados por esses mesmos agentes externos.
Depois de percorrer uma importante rota, as partículas se alojam nas bacias sedimentares onde se acumulam. O caminho dos clastos para a bacia dependerá do seu tamanho. Os menores percorrerão distâncias maiores para permanecerem permanentemente.
Uma vez alojados os clastos nas bacias, terá início o processo de sedimentação, que ficará a cargo do meio ambiente e da participação de outros organismos. Diferentes organismos vivos, tanto animais quanto plantas, podem contribuir para a formação de rochas sedimentares. Estamos falando de fósseis.
Ambientes sedimentares do tipo continental
Um dos aspectos mais importantes na formação de rochas sedimentares está ligado ao ambiente onde ocorre a sedimentação de clastos ou detritos. Esses ambientes possuem características físico-químicas e o tipo de rocha que se forma dependerá delas.
Em uma classificação ampla, digamos que existam ambientes sedimentares continentais e marinhos.
Os ambientes sedimentares continentais podem ser classificados da seguinte forma:
Geleira: este é um ambiente onde a sedimentação é realizada a partir dos depósitos deixados pelas geleiras. Nestes casos, os clastos são provenientes do intemperismo mecânico das rochas. Os clastos são angulosos, com pouca presença de matéria orgânica e os sedimentos parecem não estratificados.
deserto: aqui também os clastos são formados a partir do intemperismo mecânico das rochas, mas ocorre um processo de seleção das partículas e surgem formações como dunas, a partir de areia com espessura de aproximadamente 4 milímetros. E o loess, que é formado com depósitos de lodo e suas partículas são extremamente pequenas, inferiores a 0,08 milímetros.
Estratificação de ambientes sedimentares continentais
Os ambientes sedimentares continentais, por sua vez, podem ser classificados de acordo com sua estratificação:
leque aluvial: correntes fluviais e torrentes em áreas onde há mudanças bruscas de inclinação, geralmente no sopé das montanhas, originam depósitos de detritos que se acumulam em forma de leque. As rochas sedimentares são compostas de arenitos, siltes e argilas que são transportadas por correntes de água.
Rio: os rios carregam clastos causados pelo intemperismo mecânico. São cantos e grãos que, por sua vez, se arrastam por ação da corrente de água, argila e substâncias em solução.
lacustre e palustre: No fundo de lagos e pântanos, os detritos se acumulam e se intercalam com sedimentos químicos. As rochas sedimentares que se formam são abundantes em matéria orgânica.
lagoa: areia e lodo são depositados no fundo das lagoas, chegando lá por canais que o mar abre, em forma de canais, nas paredes que isolam uma porção do mar, nas costas.
deltaico: Estas estratificações são formadas por uma combinação de ambientes fluviais e pantanosos. As rochas sedimentares são formadas a partir de clastos, tanto grossos como finos, sedimentos químicos e matéria orgânica.
Ambientes sedimentares marinhos
Esses tipos de ambientes são particulares ao fundo do mar. As rochas sedimentares que aqui se formam ocorrem em maior extensão do que em ambientes sedimentares continentais. Uma primeira classificação é:
nerítico: Caracterizado por depósitos de sedimentos na chamada plataforma continental, até 200 metros de profundidade. Aqui os sedimentos detríticos são combinados com fósseis marinhos.
batial: Entre os 200 e os 2.000 metros de profundidade, os sedimentos caracterizam-se por serem constituídos por lodo, argila e matéria orgânica de organismos planctónicos.
Abissal: É um ambiente onde as rochas sedimentares se originam no fundo mais profundo do mar e são constituídas por detritos orgânicos e lama.
As rochas sedimentares recebem, por sua vez, classificações mais específicas, que têm a ver com a forma como os detritos se acumulam, a magnitude na presença de restos de seres vivos e a participação de substâncias químicas na solução.