O que é biodiversidade marinha?
A biodiversidade marinha é definida como a imensa variedade de seres vivos microscópicos e macroscópicos que habitam os mares e oceanos do planeta.
Também se refere à grande diversidade genética das espécies, o que torna possível múltiplas e maravilhosas formas de vida.
O termo biodiversidade, como cunhado pela Convenção Internacional sobre Diversidade Biológica, abrange toda a diversidade de espécies, de seres vivos que povoam a Terra em seu desenvolvimento evolutivo há milhões de anos, de acordo com os processos naturais e a crescente intervenção da humanidade.
Quando falamos de biodiversidade marinha, nos referimos então a toda a flora e fauna que compõem os ecossistemas formados durante cerca de quatro bilhões de anos da evolução da Terra, que começou nos mares.
Onde é encontrado o ecossistema marinho?
O mundo marinho é composto de ecossistemas de uma variedade de espécies vegetais e animais que interagem harmoniosamente em ambientes com um teor muito alto de sal na água.
Estes ecossistemas cobrem 70% da superfície planetária, em sua maioria composta de água.
Um ecossistema marinho, portanto, está longe de se assemelhar aos ecossistemas terrestres. Eles têm uma diversidade biológica diferente, em estrutura e funcionamento.
O que são organismos marinhos?
No ambiente marinho, a alta densidade da água salgada garante a chamada vida em suspensão, que funciona com baixo gasto de energia.
Isto porque a água tem uma capacidade muito maior de absorver energia, característica que lhe confere maior estabilidade que o ambiente terrestre, pois a temperatura permanece constante, a ponto de os mares e oceanos da Terra serem responsáveis pela manutenção da temperatura global, pois eles controlam o clima da superfície terrestre ao nível das costas.
Além disso, a água do mar é muito mais densa do que o ar, não menos do que 830 vezes, e a gravidade afeta os organismos marinhos de forma diferente.
Isto permite a abundância de organismos vivos fascinantes como o plâncton e o nekton e torna possível o desenvolvimento de muitas formas de vida neste enorme corpo de água que ocupa 70% da superfície planetária.
Plâncton são todos os organismos aquáticos que, embora não sejam capazes de nadar, se movimentam ao sabor das correntes de água. A palavra plâncton vem da palavra grega que significa “vagabundo” ou “vagabundo”.
Você sabia que…?
A água também transporta uma grande quantidade de alimentos, na forma de partículas orgânicas e milhares de nutrientes dissolvidos, que também permitiram que muitos animais marinhos passassem suas vidas presas ao substrato, conhecido como vida sésseis.
Entretanto, a maioria da população de seres vivos é mantida nas camadas mais rasas dos mares e oceanos, acima de 1.000 metros, onde se concentra a maior parte da biomassa marinha.
Animais sésseis como esponjas, bryozoans, ascidians, phoronids e endoprocts também são abundantes nos ecossistemas marinhos. Há outros chamados cnidários, que têm algumas espécies de vida livre, mas na maioria das vezes também são sésseis.
Da mesma forma, existem grupos de animais móveis como moluscos e anelídeos, com muitas espécies capazes de viver permanentemente, literalmente colados ao substrato porque são alimentadores filtrantes.
Na realidade, muitas espécies são bentônicas, ou seja, vivem associadas ao fundo do mar e uma grande população, estimada em 70% possui um ou mais estágios larvares planctônicos.
Isto lhes permite ter uma notável capacidade de dispersão que depende em grande parte do período passado por estes organismos ou seres vivos no plâncton.
Qual é a porcentagem de vida marinha no planeta Terra?
Todos os organismos marinhos contribuem para a produção de grande parte do oxigênio que respiramos e alguns até mesmo são instrumentais na criação de novos territórios.
As costas também surgem de, dependem e são protegidas pela vida marinha. Mas quantas espécies vivem nos mares e oceanos do mundo?
Dar um número exato é quase impossível, mas a comunidade científica estima que há quase um milhão de espécies vivendo nos oceanos do mundo, depois de bilhões de anos de evolução.
Algumas pesquisas bem documentadas fornecem um registro de cerca de 972.000 espécies de organismos eucarióticos totalmente identificados.
Em 2010, o maior Censo Marinho já registrado no planeta foi lançado em Londres, envolvendo 2.600 cientistas de 80 países, cobrindo as águas mais frias a mais quentes do globo.
Custou 650 milhões de dólares. Foi iniciado pelos cientistas Fred Grassle da Universidade Rutgers, Nova Jersey, e Jesse Ausubel da Fundação Alfred P. Sloan, Nova York.
Durante os 10 anos de duração do estudo, os cientistas foram capazes de rastrear um grande número de criaturas marinhas, seguindo seus hábitos migratórios, populações e mecanismos reprodutivos.
Grandes moluscos e bactérias anteriormente desconhecidos foram descobertos, mas também um verdadeiro parque de esturjões somente no Oceano Pacífico, o maior reservatório marinho do planeta.
Este estudo estimou que existem cerca de um milhão de espécies marinhas, embora apenas cerca de 250.000 tenham sido descritas na literatura científica.
Além disso, a comunidade científica acredita que existem cerca de um bilhão de micróbios marinhos e foram coletadas informações valiosas sobre 16.764 espécies de peixes que não tinham sido descobertas antes, bem como outras 5.000 espécies que nem tinham sido vistas antes.
Existem cerca de 28 milhões de observações marinhas de mais de 120.000 espécies coletadas no Censo nos últimos séculos, o que levou à criação do Sistema de Informação Biogeográfica Oceânica (OBIS).
Mas ainda há um longo caminho a percorrer, pois apenas cerca de 10% da diversidade marinha das águas européias é conhecida, embora 75% das espécies que vivem no Mar Mediterrâneo e 80% dos mares ao redor do continente australiano tenham sido estudados.
Outro cálculo científico foi feito com a participação de cerca de 270 taxonomistas, especialistas em classificação de espécies patrocinados pelo Consejo Superior de Investigaciones Científicas (CSIC) e publicado na revista Current Biology.
As estimativas colocam o número de espécies marinhas em 540.000, com o número variando de 320.000 a 760.000, embora a comunidade científica reconheça cerca de um terço de todas as espécies que vivem nos oceanos da Terra.
Portanto, de acordo com o estudo, que reuniu o maior número de taxonomistas já reunidos, estima-se que as espécies marinhas estejam entre 704.000 e 972.000.
Mas deste universo estimado, apenas cerca de 230.000 espécies foram classificadas com nomes e descrições corretas, incluindo cerca de 1.217 nomes diferentes da ordem Cetacea, que inclui baleias e golfinhos, entre outros, com apenas 87 espécies.
A maioria delas são espécies animais.
Qual oceano é o mais rico em espécies?
Esta informação também foi confirmada pelo Censo Marinho divulgado em 2010.
Quais são os benefícios do ecossistema marinho?
Um dos benefícios fundamentais para a vida na Terra vem precisamente dos mares e oceanos, pois é dessas águas que emerge metade do oxigênio necessário para que todos os seres vivos respirem, mas elas também nos fornecem muitos alimentos.
Outra função vital dos mares é regular o clima de todo o mundo.
E é uma fonte segura de biodiversidade planetária, uma garantia de bem-estar e equilíbrio na biosfera, garantindo assim a sobrevivência dos seres vivos, especialmente humanos, que aproveitam todo o potencial da variedade de espécies que dominam os espaços marinhos, bem como os terrestres.
Quais são as causas e conseqüências da perda da biodiversidade marinha no mundo?
Um dos impactos mais prejudiciais da mudança climática causada pelas atividades industriais e agrícolas humanas tem um impacto direto no habitat marinho do planeta, causado pela acidificação dos oceanos como resultado do despejo de resíduos nitrogenados e sedimentos.
Infelizmente, os seres humanos também são os principais destruidores do ambiente marinho.
Isto, é claro, prejudicou a grande biodiversidade marinha. Vejamos algumas das causas mais importantes associadas a este fenômeno que põe em perigo a própria vida do planeta.
- Exploração excessiva dos recursos naturais proporcionados pelos mares e oceanos.
- Poluição dos corpos de água salgada, derivada de atividades industriais em larga escala.
- Perda, fragmentação ou mudança de hábito.
- Introdução de espécies invasoras ou exóticas nos ecossistemas naturais.
- Mudança climática.
Conseqüências
De acordo com a lista de espécies ameaçadas de extinção publicada ano após ano pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), 17% das espécies marinhas como raios, tubarões e quimeras estão sob ameaça, analisadas num universo de 3.000 variedades.
Além disso, a sobrepesca da garoupa está em 13% e 6 tipos de espécies de tartarugas marinhas estão ameaçadas porque seus ovos estão desaparecendo, devido à alteração do habitat, capturas acidentais e direcionadas e predação.
Outro grande dano de alto impacto está sendo causado aos corais, pois mais de um quarto dos recifes de coral estão ameaçados, ou seja, cerca de 845 espécies diferentes, devido à acidificação das águas e ao aumento da temperatura do mar, bem como à enorme pressão antropogênica dos desenvolvimentos urbanos nas regiões costeiras, resultando em mineração de corais, poluição severa por despejos ilegais de resíduos e sedimentação.
Outras espécies severamente impactadas por ações humanas irresponsáveis, incluindo a caça de cetáceos, estão dizimando mamíferos marinhos como baleias, golfinhos, botos, leões marinhos, focas, lontras, dugongos, peixes-boi e o icônico urso polar.
Neste grupo, foi quantificado que 25% das espécies estão sob ameaça de morte, de extinção total, graças a fatores como, por exemplo:
A mudança climática e seus efeitos sobre as águas marinhas.
Caça intensiva empreendida pelo homem e emaranhamento de equipamentos durante as atividades de pesca. Poluição da água e sonora, assim como perda da zona litorânea.
Redução dos alimentos disponíveis para as diversas espécies marinhas. Perda do habitat natural desses maravilhosos animais marinhos, como está acontecendo com os ursos polares, devido ao derretimento dos pólos causado pelo aquecimento global resultante da mudança climática.
Ainda há tempo para enfrentar nossa responsabilidade no desastre ecológico marinho e terrestre gerado graças às atividades altamente poluentes desenvolvidas pela humanidade ao redor do mundo, especialmente a industrializada.
O mar é uma das principais fontes de produção de oxigênio para o planeta, alimentos, medicamentos, matérias-primas, energia renovável e até mesmo combustíveis e sistemas bioquímicos. Infelizmente, apenas 0,1% dos mares do mundo estão sob área protegida. Apenas 0,1% do mar está em uma área protegida.
Há evidências crescentes da perda acelerada da biodiversidade das espécies que vivem na Terra, especialmente durante o século 20, com uma taxa de aproximadamente 200 extinções por dia, um ultraje criminoso muito superior a qualquer outra época da história da humanidade.
O que devemos fazer para cuidar do mar e da vida marinha?
Há uma série de ações críticas que podemos tomar para reduzir nossa pegada individual de carbono, medidas simples que, se praticadas consistentemente, contribuiriam muito para combater os efeitos da mudança climática nos ecossistemas marinhos e terrestres do planeta.
As seguintes dicas são eficazes, ainda mais se adotadas com devoção religiosa. Vamos ver.
- Reduza sua própria pegada de carbono, economizando energia.
- Tente reduzir o uso de seu carro. Sempre que puder, faça seus recados pessoais pedalando sua bicicleta. Isto ajudará a reduzir os efeitos perversos da mudança climática sobre os oceanos. Melhor ainda, se você puder, comprar um carro elétrico, mas também racionalizar seu uso para viagens longas.
- Use lâmpadas econômicas de energia com tecnologia LED em casa, use as escadas e não os elevadores, e não deixe equipamentos eletrônicos em modo de espera porque ainda consomem energia.
- Limitar o consumo de frutos do mar.
- Os frutos do mar definitivamente precisam ser reduzidos. Muitos dos estoques pesqueiros do mundo diminuíram devido a práticas de pesca insustentáveis e porque os seres humanos também causaram a perda de seu habitat natural.
- Não compre espécies ameaçadas ou pescadas em excesso. É preferível optar por outro tipo de alimento saudável e verde.
- Os estoques pesqueiros globais diminuíram devido à demanda, perda de habitat e práticas de pesca insustentáveis.
- Embora fosse muito melhor pressionar os governos a adotar medidas para proibir o consumo em massa de espécies ameaçadas, é preciso começar em algum lugar. Portanto, tome você mesmo esta iniciativa e convide todos os seus familiares e amigos a fazer o mesmo.
- Diga não ao consumo de plástico O plástico é um dos piores inimigos dos oceanos. Muitos recipientes plásticos e potes de muitos produtos de consumo em massa acabam nos oceanos do mundo, com um tremendo impacto no habitat marinho, porque muitas espécies acabam presas, envenenadas e extintas por causa de tal erro.
- Elimine seu impacto individual simplesmente parando o consumo de produtos embalados em recipientes plásticos. Use marcas comerciais em frascos de vidro, armazene alimentos em recipientes reutilizáveis ou não descartáveis, use sacos ecológicos ou de tecido e recicle tudo o que puder em casa. Esta é a melhor maneira de reduzir sua própria pegada de carbono.
- Proteger as praias e ser um ativista em defesa dos mares.
- Participar de iniciativas de grupo ou comunitárias que geram respostas ao problema da poluição nas praias devido ao acúmulo de lixo gerado pelos banhistas.
- Não se torne um desses, quando aproveitar um dia ensolarado na praia, pegue todo o seu lixo e não interfira no habitat pegando pedras ou corais em seu estado natural. Deixe-os onde eles estão. Nada será melhor do que respeitar o meio ambiente marinho.
- Produtos feitos a partir de recursos marinhos. Nada é pior do que comprar roupas ou ornamentos feitos de materiais do habitat marinho, como jóias à base de corais, ou pior, artigos feitos de tartarugas e produtos feitos de espécies de tubarões.
- Diga não aos aquários. Tente por todos os meios não criar peixes de água salgada em aquários. Também é insensato libertá-los no oceano porque podem ser espécies não nativas que podem ser prejudiciais para o ecossistema local.
- O ativismo ambiental. Outra forma de cooperar ativamente com a proteção do ambiente marinho é incentivando e participando de organizações ambientais que protegem as praias e todo o habitat oceânico. Junte-se a uma dessas ONGs e incentive seus amigos e familiares a fazer o mesmo para o meio ambiente marinho.
- E se você não tiver tempo para o ativismo, então dê um pouco de apoio financeiro a organizações reconhecidas globalmente.
- Navegar de forma responsável no oceano. Se você gosta de atividades marinhas ao ar livre, como surf, windsurf, vela e outros esportes como mergulho, entre outros, por favor nunca jogue lixo nas águas e respeite as espécies marinhas que você tem o privilégio de ver.
- Da mesma forma, se você navega em barcos esportivos ou turísticos, tente evitar o impacto ambiental do derramamento de combustível ou lixo. Seja prudente e muito consciente.
- Educação marinha. Aproveite as visitas e férias na praia para incutir em seus filhos e outros membros da família uma maior responsabilidade ambiental pela suprema importância dos mares e oceanos do mundo para a vida planetária.
- Pesquise com seus filhos o máximo que puder sobre os benefícios dos oceanos do mundo para o equilíbrio planetário. Você ficará fascinado com o que descobrirá sobre o mundo marinho.