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Pôr do sol da Cidade do Cabo visto do mar

Um balanço suave, o ar fresco do Atlântico Sul acariciando o rosto, cores alaranjadas, o sabor salgado do mar e uma névoa marinha que quase se pode acariciar. Este Pôr do sol na Cidade do Cabo foi muito especial.

É evocativo, não é? Bem, estas e algumas outras sensações são o que se pode desfrutar quando se faz um dos passeios mais românticos que se pode fazer na África do Sul. Um cruzeiro ao pôr do sol na Cidade do Cabo deveria ser um imperativo legal.

Eram 4 horas da tarde quando o nosso grupo se reuniu à volta do pontão número 4 (aí chamado Quay) do V&A Waterfront da Cidade do Cabo. Uma bela área recentemente renovada, de onde partem a maioria das excursões à beira-mar da cidade.

As opções são variadas: visitar a Ilha Robben, ver a cidade a partir do mar, praticar desportos aquáticos ou desfrutar de um passeio de barco ao pôr do sol enquanto desfruta de uma taça de champanhe.

O V&A Waterfront tem o nome da Rainha Vitória e do seu filho, o Príncipe Alfred, sob cujo reinado a construção do cais começou em 1860. O primeiro cais recebeu o nome de Alfred e o segundo de Victoria.

Sabendo que a nossa excursão partia às 16:30 horas, a tripulação convidou-nos para uma abordagem amigável cerca de 15 minutos antes da partida, para receber as informações de segurança relevantes. Além disso, deu-nos as explicações necessárias sobre o que iríamos fazer durante os próximos 90 minutos de navegação.

Os prelúdios daquele magnífico pôr do sol da Cidade do Cabo revelaram-se espetaculares, uma vez que o céu permanecia limpo e o mar estava relativamente calmo, um aspeto importante para aqueles de nós que enjoam quando andam de barco.

Ao zarparmos, o capitão (chamemos-lhe Barba Branca) contou-nos algumas das suas aventuras no Atlântico que, verdadeiras ou não, tornaram a viagem de barco ainda mais intrépida. Falou-nos de uma altura em que, a várias milhas da costa, sem rádio nem bússola, um denso nevoeiro envolveu o seu veleiro. Tão denso que mal conseguia ver meio metro à frente do barco.

O melhor que podia fazer era ficar parado e esperar que o nevoeiro se dissipasse, sabendo que a corrente o levaria para o mar. Talvez devesse ligar o motor, mas para que lado navegar e se, em vez de se dirigir para a costa, navegasse para o Atlântico? Felizmente, ao fim de cinco horas, o nevoeiro dissipou-se, permitindo-lhe regressar a casa em segurança.

Passeio à vela ao pôr do sol na Cidade do Cabo

Mas voltando ao nosso passeio ao pôr do sol ao longo da costa da Cidade do Cabo.

Tínhamos saído do porto e a brisa quente que vinha do continente tornava-se primeiro fria e depois gelada e depois brisa marítima. Felizmente, tínhamos roupas quentes. O Barba Branca orientou o leme para leste, para que pudéssemos ver o belo Estádio da Cidade do Cabo, construído para o Campeonato do Mundo de Futebol de 2010 na África do Sul, o Farol de Greenpoint e a Colina do Sinal, com a Montanha da Mesa por detrás, a supervisionar todos os movimentos.

Foi nesta altura que o Barba Branca parou os motores e ordenou que as velas fossem baixadas. A quietude apoderou-se de todos, não se ouvia nada, exceto os suspiros dos passageiros e o grasnar ocasional de uma gaivota. Pouco a pouco, o azul torna-se laranja, vermelho, ocre… tudo à nossa volta é iluminado pelos últimos raios de sol. É altura de abrir a rolha do champanhe e brindar.

Brindar a esse momento irrepetível, à sorte de ter estado ali, ao “até amanhã” desse sol porque a experiência tinha sido arrebatadora. Nunca poderíamos ter imaginado desfrutar da magia de África aqui na Cidade do Cabo.

Descomposto por tanta beleza e, porque não dizê-lo, um pouco intoxicado pelo vinho espumante (ou terá sido o balanço do veleiro?), Barba Branca mandou içar as velas e rumou ao porto. Ao cair da noite, víamos cada vez mais pontos de luz a dirigirem-se para o sopé da Table Mountain e para a Cidade do Cabo em geral. Já estávamos fartos e, quando chegamos ao porto, despedimo-nos do Barba Branca e partimos a cantar à luz dos candeeiros de rua.

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Sobre Goncalo Sousa

Gonçalo Sousa, graduado em Turismo, é um apaixonado viajante com uma rica bagagem de experiências internacionais. Seu currículo inclui a exploração de diversos países, o que o tornou um especialista na arte de viajar. Sua formação em Turismo é complementada por vivências autênticas em diferentes culturas, o que lhe confere uma visão única sobre o setor. Com um profundo conhecimento e uma paixão pela descoberta, Gonçalo busca compartilhar seu entusiasmo pelas viagens e contribuir para a indústria do turismo, tornando-o um profissional valioso e inspirador.